A PATRÍSTICA E A MARIOLOGIA

 


A Mariólogia¹ tem sua origem nas raízes do Cristianismo, o primeiro a mencionar aspectos mariológicos e pontos sob a figura de Maria no plano de Salvação em Cristo e a estudá-la foi Santo Ireneu de Lião (202) Grande Pai Ocidental da Igreja em sua obra; De Recapitulacionae” explica-nos; é o primeiro a declarar Maria como a nova Eva mãe do novo Adão; mais tarde muitos outros Pais da Igreja, demostraram em suas obras a devoção e piedade cristã que deste dos primeiros crentes tinha-se por Nossa Senhora, fato que herdou a Teologia Católica com o estudo Mariológico fazendo compreender A missão de Maria na História da Salvação (BOFF, Clodovis. 2009, p.11).

As etapas da salvação da humanidade são percorridas no sentido inverso ao da queda, desligando-se progressivamente, os laços das últimas até as primeiras […] É assim que o laço da desobediência de Eva, sem pecado, mas que peca, é desligado pela obediência de Maria, […].

Mais tarde os padres da Igreja o apoiarão como, por exemplo, no século II, poderíamos citar também S. Justino, (165); Santo Ireneu (202) ao qual relacionamos acima: Tertuliano de Cartago, (220) S. Atanásio, (295-373) Santo Efrém (373), Escreveu belos hinos de louvor a Maria São Cirilo de Jerusalém (†386); São Cirilo de Alexandria (444) Doutor Mariano;

Dentre os decorreres dos séculos a figura Mariana entre os Padres da Igreja ficará cada vez mais forte;

Orígenes: afirma; (184-254)

“Maria tem dois filhos, um, homen-Deus e o outro puro homem; de um Maria é Mãe corporal, do outro, Mãe espiritual (Speculum B.M.V., lect. III art. 1,2º )

Santo Agostinho (354-430) diz;

“A Santíssima Virgem é o meio de que Nosso Senhor se serviu para vir a nós; e é o meio de que nos devemos servir para ir a ele. (Santo Agostinho Sermo 113 in Nativit. Domini).

São Leão Magno [Grande]:(400-461) diz;

Digo com os Santos: Maria Santíssima é o paraíso terrestre (S. Leão Grande; Sem. de Annuntiatione)

São Germano de Constantinopla – (610-733) Diz;

Pois ninguém fica cheio do pensamento de Deus se não for por ela (S. Germano de Constantinopla : Sermo 2 in Dormit.)

São Ildefonso de Sevilha (636) diz;

Eis por que, quanto mais, em uma alma, ele encontra Maria, sua querida e inseparável esposa, mais operante e poderoso se torna para produzir Jesus Cristo nessa Alma, e essa alma em Jesus Cristo. (S. Ildefonso, Líber de Corona Virginis, cap. III).

S. João Damasceno (675-749) este que em suas inúmeras obras falou e ensinou muito a respeito de Nossa Senhora diz;

Tudo que convém a Deus pela natureza, convém a Maria pela graça. ( Sermo 2 in Dormitione B. M.).

Prendemos, as almas à vossa esperança, como a uma âncora firme”: (S. João Damasceno; Sermo 1 in Dormitione B. M.V.)

Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá, aqueles que quer salvar. ( São João Damasceno).

Os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Maria, o milagre dos milagres da graça (S. João Damasceno, Oratio I de Nativitati B. V.).

S. Gregório Palamás Padre oriental do séc. VIII, em uma de suas Homilia sobre a Mãe de Deus diz;

“Se por um lado, Maria concede a Deus entre os homens, por outro, o Senhor encarna numa virgem Imaculada que está acima de toda a pureza e de toda a santidade”.

A Santa Tradição Apostólica confirmada pelos Pais da Igreja reconhece em Maria, a nova Eva:

Eva foi causa de morte para si e Adão, e para todo homem ao olhar para traz e ouvir o tentador, introduzindo na humanidade o pecado pela desobediência e pelo orgulho as próximas gerações, a segunda Eva Maria, torna-se causa de salvação para si e para humanidade por causa do seu sim (obediência) a Deus, introduzindo a Redenção e a vida, ao homem, por que na sua humildade traz ao mundo a Graça que só ela tinha achado, volto-se e fincou os olhos em Deus. (Santo Ireneu de Lião. Séc. II).

Notas: 

Mariologia¹: Matéria teológica pertencente à Teologia Dogmática, estudo dedicado ao estudo da pessoa, lugar e importância de Maria, em âmbitos teológicos como a encarnação do verbo e seu plano soteriológico e junto a Redenção operada por Cristo (Cristológico). Além do papel e devoção apresentada a Mãe de Jesus na Igreja desde seu inicio.

Referencias:

[1] BOFF, Clodovis. Introdução à mariologia. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2009


[2] São Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 19ª Edição. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1992.

Fernando Vanini de Maria



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