O SIGNIFICADO DA MISSA DO GALO E OUTROS PEQUENOS SÍMBOLOS NATALINOS.

 


O primeiro símbolo a ser comentado é justamente o supracitado, a Santa Missa de Natal, também chamada Missa do Galo.

Diz o Frei Alberto Bechhäuser no seu livro Símbolos de Natal o seguinte sobre a Missa do Galo:

“Todas as comemorações do Natal, inclusive a ceia, com seu significado somente através da ceia eucarística, ou Ceia do Senhor, chame-se ela Missa do Galo ou não.

A solenidade do Natal apresenta três formulários de Missas: o da noite, chamada também popularmente de Missa do Galo, o da aurora e o do dia. Como já vimos, estamos conscientes de que para os cristãos uma Missa faz parte da festa de Natal. Constitui mesmo o seu ponto culminante. Ela projetada para todos os outros símbolos. Nela o Cristo Jesus nasce na comunidade humana através do encontro em assembléia, através de sua Palavra, através da presença sacramental. Deus preparou uma Ceia para a humanidade, onde ele mesmo é o alimento. É a Ceia do Senhor. A ceia de Natal será então uma complementação humana da Ceia divina, a Missa, onde Deus e a pessoa humana entram em íntima comunhão de amor e de vida. Natal sem a Celebração eucarística, sem dúvida, é incompleto, pois nela os cristãos participam da plenitude da Vida que nasce ”. (1)

Sem sombra de dúvidas o cristão não pode deixar de lado a Missa do Natal pois ela é o centro da festa do Verbo de Deus que se fez carne.

A Missa Solene do Natal não é um complemento folclórico a esta festa mas é a celebração propriamente dita da natividade do Senhor. É a Santa Missa que dá sentido à toda a comemoração do maior presente que Deus Pai deu à humanidade: Seu Filho, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Outro símbolo da alegria que antecede o Natal é o envio de cartões aos amigos e parentes.

“É muito comum, por ocasião do Natal, enviarem-se cartões com mensagens de Boas Festas e de Próspero Ano Novo. A arte intelectual-se de dar forma aos portadores dessas mensagens. O uso de cartões de Natal pode ser uma bela forma de evangelizar, de proclamar como maravilhas de Deus operadas em Jesus Cristo. As mensagens de Natal ajudam-nos a compreender que Jesus Cristo continua a nascer entre os seres humanos, que ele é o Salvador e Senhor da humanidade, que ele é o Senhor do tempo e é nele que encontramos a verdadeira felicidade. Trata-se, portanto, da mensagem da boa-nova por excelência, do evangelho da Salvação, que é a vinda de Jesus Cristo a este mundo como nosso Salvador. Que as mensagens de Natal não sejam mera formalidade ou obrigação social, mas verdadeira boa-nova, incentivo de ajuda para tornar realidade o conteúdo da mensagem. Então é Natal! Cristo estar nascendo no mundo, tornando-o mais justo e mais fraterno ”. (2)

O verdadeiro significado do Natal ultrapassa as obrigações sociais que por vezes são a razão das correspondências natalinas para dar espaço ao coração. É o coração que deve manifestar-se no Natal. É no coração que deve reinar a paz, a justiça, a fraternidade e o amor tão desejados nos cartões de Natal.

O último símbolo de Natal que gostaria de citar é o sino.

“Curiosamente, os sinos, na consciência do povo, têm a ver com o Natal. Perguntando a um sobrinho-neto meu de 11 anos o que lembrou o Natal, ele lembrou os sinos. Perguntando por quê, ele disse:? Porque eles chamam para a Missa ?. Não deixa de ser interessante, mas também preocupante. Por que o sino lembra apenas a Missa de Natal? Parece que o Natal ainda está muito ligado à Missa, chamada de Missa do Galo. Como o sino, também o galo anuncia. Anuncia o nascimento de Cristo, que teria acontecido pela meia-noite, e chama para prestar-lhe homenagem, como os anjos de Belém. É o que faz também o sino, chamado até o sino de Belém.

Dever-se-ia aproveitar pastoralmente dessa forma consciente da Missa de Natal para uma mensagem mais profunda sobre o mistério da Encarnação e suas exigências em relação à Comunidade. O Natal, experiência profunda de reconciliação e confraternização em Cristo Jesus, desperta nos mesmos ocasionais a necessidade de participar da celebração eucarística, onde o Senhor se faz presente na humilde aparência de pão, conforme diz São Francisco de Assis ”. (3)

Os sinos nos lembram a eternidade. A eternidade que nasceu no tempo: Cristo Jesus. Palavras de poesia capelista * poderíamos dizer que o som do sino é:

“Um eco eterno infinito,
 que a nossa alma seduz…” (4)

Estes símbolos servem para sinais indicados o caminho verdadeiro sentido do Natal.
Natal, nascimento de um menino Deus. Nascimento do Verbo de Deus. O Verbo de Deus, a Palavra eterna do Pai que se fez Homem. Veio até nós para nos mostrar o caminho do céu. Quem trilhar este caminho descobrirá o verdadeiro sentido do Natal.

“Já vistes, quando há muita neve, como é difícil acertar com o verdadeiro caminho, e como é perigoso alguém dele se perder, e quanto agradeceríamos a quem fosse adiante de nós, mostrando o caminho com pegadas que eram tão certas que não pudéssemos desviar -nos? A Verdade de Deus vem ao mundo e a partir desta noite começa a caminhar. E se virdes como estão obstruídos nos caminhos das virtudes que levam ao céu e quão grande é a vaidade e mentira que se usa no mundo, a vossa cabeça se confundirá e a virtude dos vossos olhos se turvará, como acontece quando vedes muita neve. E não tendes outro remédio para acertar com o caminho senão pôr os olhos no lugar onde este Menino pisa e caminhar por ali. Olhai a sua humildade, a sua mansidão, a sua caridade, a sua obediência, virtudes que já põe em prática e que virá a pregar quando crescer ”. (5)

Seguir os passos de um Menino. Não um Menino qualquer, mas um Menino Deus. Este Menino, repleto de Sabedoria e Graça, tem muito, tem tudo a nos ensinar. Ele nos ensinará o verdadeiro sentido do Natal.

Ele nos fará aprender que o verdadeiro sentido do Natal é andarmos pelo caminho das virtudes tão anunciadas nos cartões de Natal e tão lembradas pelos toques solenes dos sinos da noite santa do seu nascimento.

Ele, este Menino-Deus, nos ensinará o caminho não só da Missa do Galo, mas da Missa dominical ou até da Missa diária, pois afinal de contas Cristo nasce todos os dias no coração daqueles que dignamente o receber no Santíssimo Sacramento da Comunhão.

Fontes de pesquisas e referências.

1.Frei Alberto Beckhäuser. Símbolos de Natal. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 49-50. 
2. Id., P. 27-28. 
3. Id., P. 33-34. 
4.Octávio Secundino, Os Sinos do Pilar. 
5.São João de Ávila. O Mistério do Natal. São Paulo: Quadrante, 1994, p. 52




Fernando Vanini de Maria

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