A FÉ CRISTOLÓGICA CONTIDA NOS DOGMAS MARIANOS.

 


A constituição dogmática  Lúmen Gentium , ao refletir sobre a Igreja, ressalta que Deus quisera redimir a humanidade de todo o mal que havia feito, e abre-nos um pensamento precedente com reflexão prazerosa sobre qual o caminho misterioso que Deus elaborou, para chegar até nós . Com efeito, o Senhor Deus preparou uma derrocada da antiga serpente (Gn 3,1), símbolo de todo mal. Assim, por amor aos homens de boa vontade, desceu dos céus e encarnou-se na Virgem Maria por obra do Espírito Santo (LG 56). Desta forma, este divino mistério é exposto a nós à medida que encontramos e seguimos o Filho de Deus, que nos foi enviado. Efetivamente, devido a queda dos primeiros pais, Adão e Eva (Gn 3,6), toda a humanidade ficou relacionada ao pecado que corromper os corações.Por isso, Deus preparou a nova Eva, a Mulher Maria, para marcar histórico o início do cumprimento das promessas messiânicas, na plenitude dos tempos (Gl 4,4). Contudo, uma figura de Maria sempre foi muito afetada por diversas classes religiosas e agnósticas desde o início dos tempos e por vezes comparada a Eva. E mesmo sendo alvo de várias críticas no decurso da história eclesiástica, Maria continua sendo nossa grande heroína, sobretudo na religiosidade e piedade popular, demonstrando, assim, o imenso carinho e predileção que continua no coração de inúmeros cristãos, especialmente os mais simples.Citando como exemplo, chamam-na de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora do Bom Parto, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Nossa Senhora das Graças, entre outros títulos de grandeza e protetora. Neste sentido, o reflexo do senso dos fiéis, parece ter inspirado em muitos alguns ensinamentos deixados pelo Concílio Vaticano II, quando se refletiu sobre a Mãe de Deus na vida do povo e da Igreja (LG 66,67), pois os cristãos, nunca se refletiu sobre a Deus por meio do povo que é Sua Santíssima Mãe. Assim, a oração e pedido de intercessão feito a Maria, eleva o coração dos mais simples junto a Santíssima Trindade. Desta forma, rezar por meio de Maria a Jesus, como se torna uma via alternativa e eficaz de encontro com Deus, São Paulo, escrevendo a Timóteo:

“Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e honestidade. Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou como resgate por todos ”(ITm 2,1-6). Fica evidente que as promessas messiânicas se cumprem em Jesus Cristo, logo, Ele é o Único Mediador entre Deus e os homens (ITm 2,5; LG 60). No entanto, visto pela temática da intercessão, Sua Mãe Santíssima chamada uma missão sublime, bastante significativa, que além de ser Mãe do Salvador, é também Mãe do discípulo fiel (Jo 19, 26) e protótipo da Igreja (LG 63). Com efeito, a solicitude de Maria é muito bem vista, especialmente a partir do contexto joanino, quando, os noivos nas Bodas de Caná (Jo 2,5-12), passam por um desconforto relativo à festa. Deste ponto de vista, se aproximar da devoção mariana, torna-se um ato virtuoso, obedecendo acima de tudo, o que o próprio Jesus nos pediu quando no-La deu aos pés da Cruz: “Eis aí a tua Mãe” (Jo 19 , 26), substituindo, assim, Eva que foi a primeira mãe de todos os viventes.

Dentro desta lógica, Maria como a nova Eva, necessária uma nova gestação messiânica ao longo do Antigo Testamento, logo, uma mulher precisa ser preparada para dar a luz ao Filho de Deus. Com efeito, afirma o Concilio Ecumênico Vaticano II: “Predestinada from a eternidade junto com a Encarnação do Verbo divino, como Mãe de Deus, por desígnio da Providência divina, a Bem-Aventurada Virgem, foi nesta terra a sublime Mãe do Redentor, singularmente mais que os outros, sua generosa companheira e humilde serva do Senhor ”(cf. LG 56). Assim, do ponto de vista eclesial, Maria é a nova Eva, preparada por Deus, sendo obediente e solicitação colaboradora na esperança e salvação de um povo. Segundo o livro do Gênesis, vemos um relato bastante intrigante, que se torna ao mesmo tempo fascinante. De fato, mesmo após a primeira queda do homem e da mulher, o Senhor anuncia no protoevangelho alegrias e esperanças, isto é, uma profecia referente a um novo momento messiânico. Evidentemente, ao contrário da serpente, tudo o que sai da boca de Deus é o que oferece vida (Dt 8,3; Mt 4,4) e se torna manifesto. Nesta perspectiva, vemos o Senhor anunciar uma hostilidade futura entre a humanidade e a serpente e como resultado desta batalha a vitória Filho de uma Mulher. Isto nos faz pensar que há momentos decisivos que devemos escolher e decidir em qual lado permanecerá ou que rumo de vida seguir. Do lado do Senhor ou da serpente, vida ou morte, justiça ou injustiça. Efetivamente como escolhas sempre trazem consequências. Neste caso, o prenúncio do Protoevangelho é um sobreaviso que haverá momentos de grandes lutas em vários âmbitos, acima de tudo no contexto religioso- social. Contudo, quando a comunidade eclesial sabe fazer as escolhas com sabedoria e perseverar do lado justo para servir ao bem comum, independente de quaisquer modificações, a recompensa passa a ser a vitória final. Assim, como um prot de seguimento, Maria escolhe com prudência ficar ao lado da justiça de Deus, a qual aceita com docilidade em ser Mãe do Messias e concebe pela ação do Espírito Santo, cumprindo com extrema exatidão um momento significativo da profecia: “a Mulher esmagará a cabeça da serpente ”(Gn 3,15), da qual nascerá o Messias, o qual será o cume e o cumprimento de toda a profecia messiânica.

A piedade mariana sempre foi muito bem examinada na história cristã, não que seja algo extremamente essencial, pois as ponderações sobre a piedade mariana não devem se sobressair sobre a natureza de Jesus, e sim, são os méritos de Jesus que devem ser ressaltados na vida de Maria. Por isso chama-nos a atenção para evitar qualquer que seja os tipos de maximalismos ou minimalismos, quanto a uma práxis cristã vivida na dimensão na piedade popular-mariana. Entretanto, como proposta alternativa de evangelização, não se pode deixar a piedade popular-mariana a mercê da própria sorte, haja vista que a piedade mariana completa crítica ao longo da história cristã, sobretudo a partir dos primeiros séculos e que muitas perduram até nos dias de hoje.

À vista disso, Papa Paulo VI na exortação apostólica Mariallis Cultus, expressa certa preocupação no acompanhamento da piedade mariana, para que não ocorra exageros e nem desprezo no culto referente a Maria. Em primeiro lugar, evitar celebrações que sejam hibridas compostas de inúmeros elementos que incluem em desconformidade com a litúrgica cristã, dificultando a sobriedade e visibilidade do Sacrifício Eucarístico. Em segundo, não eximir totalmente a fé do povo mais simples na Mãe de Deus, sabendo que ela intercede junto a Santíssima Trindade pelo povo e olha com carinho para todos. Desta forma, a carência no acompanhamento em muitas ocasiões festivas marianas e falta de orientação litúrgicas, Maria se tornou uma figura polêmica quanto a sua intercessão. Assim, o seu culto por diversas vezes é mal interpretado e não é bem entendido e isto muitas vezes danifica a boa imagem da Mãe de Deus quanto ao seu lugar junto a Santíssima Trindade. Mesmo assim, em contraposição aos céticos mediante um intercessão de Maria, sobretudo na América Latina, ela se tornou grande exemplo de discípula missionária e serva do Senhor (Lc 1,38). Não somente isso, mas a Tradição e o Magistério da Igreja têm por Maria, grande afeição e reconhecer todo o seu serviço em favor da salvação da humanidade (cf. LG 56). Nesta ótica, é desafiador comentar sobre a influência e a contribuição de Maria na história da salvação. Pois não se trata de alterar a essência cristã ou o anúncio do Reino, que é o centro e ápice de toda a vida e missão da Igreja. E também nem de ferir algum sentido doutrinal cristão, pois a régula fidei, na prática, tornado-se um imperativo obrigado por Jesus aos seus Apóstolos, que foi lida e interpretada sabiamente pelo Magistério da Igreja e o Espírito Santo (At 5.32). Trata-se, sim, de exaltar a cristologia que emoldurou a vida de Maria, que por sua vez se traduz em pura beleza de quem é portadora de um discipulado simples, humilde e exemplar na missão da Igreja. Desta forma, na ótica da piedade mariana, aceitar a intercessão de Maria não significa diminuir ou ofuscar a centralidade do Cristo em sua vida, mas ao contrário, significa exaltar Aquele que fez com que Sua Mãe se tornasse bem-querida diante de todos os homens . Evidentemente, sem o Cristo na vida de Maria, ela seria apenas a esposa de José (Mt 1,18) e nada além disso outras de seu tempo, como eram classificadas, muitas vezes pelos próprios, como sendo submissas, e em algumas situações quase que escravas de seus maridos. No entanto, Maria não foi preparada para ser mais uma simples mulher judia como todas as outras de sua época, pois estava nos planos de Deus o seu próprio nascimento para se tornar a Mãe do Redentor e da nova humanidade. Também não se trata, de ver um intercessão mariana como principal e única influência na história da salvação. Refletir sobre a importância do significado da intercessão, sobretudo de Maria, é sugerir um caminho alternativo para que não haja ambiguidades ou equívocos na piedade mariana. Evidentemente, Maria conquistou um lugar de privilégio no seio da Igreja nascente e peregrina (LG 62) e junto a Santíssima Trindade. A pregação inicial do Evangelho e sua transmissão se deu especialmente de duas formas: oralmente e por escrito (cf. Catecismo da Igreja Católica 75; DV 9).

Dentro desta perspectiva de seguimento e observância aos ensinamentos de Jesus, aos poucos a Tradição Apostólica ganhava sua força e consistência. Assim os verdadeiros discípulos de Jesus se formavam com maior radicalidade, pois era preciso renunciar muitas coisas nesta vida para ganhar a vida eterna (Lc 23,26; Mt 16,24-26; Mc 8,34-38). Tal radicalidade foi sendo moldada em forma de doutrina para melhor servir à comunidade eclesial. Haja vista que parte da doutrina católica, dentro na história do cristianismo são conhecidos como verdades de fé ou dogma, pois foram reveladas por Deus e interpretadas no Espírito Santo. Assim sendo, em tempos atuais no sentido estrito da palavra, dogma, se refere a uma verdade de fé, que deve ser acreditada de forma irrevogável. Entretanto, o dogma deixou sua marca inicial, como doutrina a Tradição Apostólica com a manifestação da Igreja nascente (cf. Atos dos Apóstolos), com destaque especial nas cartas pastorais dirigidas como comunidades cristãs em crescimento. a Igreja Católica apresenta quatro dogmas marianos para incremento da fé do povo de Deus. Por esta ótica, o dogma é visto como uma via um mais a ajudar no caminho da fé em Jesus Cristo (cf. Catecismo da Igreja Católica, 88), a Igreja ao apresentar orientações com visão dogmática, quer fomentar e ajudar a fé do povo , sobretudo com os dogmas marianos. Assim sendo, cada um dos dogmas marianos, traz consigo a sua marca positiva na história junto a Igreja e ao povo de Deus, pois o estudo a respeito da cristologia sempre que atestou e influenciou documente no contexto do desenvolvimento da dogmática mariana. Com efeito, os dogmas marianos estão cada um deles subordinados a origem e ao desenvolvimento da cristologia na vida cristã, e neste sentido, basta observar cada dogma mariano e sua dimensão no sentido de contribuição. Citando como exemplo, a Maternidade Divina de Maria, está sob os olhares do nascimento de Cristo em sua vida, e com isso, a fé da Igreja vê nas atitudes de Maria exemplos singulares a serem seguidos. Evidentemente, que a Igreja sempre viu nesta atitude exemplar de Maria uma espécie de obra prima, relativa à sua entrega e serviço a Deus e aos mais pobres. Nesta perspectiva, encontra-se o segundo dogma mariano, que trata sobre a Imaculada Conceição, ou seja, Maria, em vista de um projeto divino nasce sem a mancha do pecado original. Naturalmente, que na ótica cristã a Igreja encontra neste dogma uma visão bastante simples, porém muito reduzido. Com efeito, Deus sempre tem um projeto para o nascimento de cada pessoa. Por isso é importante ressaltar que a visão dogmática de assuntos doutrinários não impõe, mas propostas um caminho de vida a ser seguido. Assim, quando cada pessoa se descobre como ser humano querido e projetado por Deus, uma perspectiva de vida humana ganha um salto de qualidade de vida. Assim, o terceiro e o quarto dogma também devem ser observados a partir da singularidade de seus elementos fundantes, ou seja, a ótica cristológica constrói o dogma da Virgindade Perpétua e a Assunção de Maria, logo, ganham sua associada na Igreja e na sociedade, mormente na vida cristã. Desse modo, uma consagração de Maria a partir da visão do Dogma da Virgindade Perpétua, oferece caminhos de reflexões para a vida consagrada. Neste mesmo caminho, a Assunção de Maria, pode sugerir a guarda do corpo e a vida inteira de cada pessoa na esperança de entrar em santos e imaculados na Vida Eterna. Em relação à missão materna de Maria, os primeiros séculos do cristianismo foram marcados, sobretudo com o paralelismo entre Eva e Maria. Assim, os chamados Padres da Igreja, foram contribuindo cada qual de sua maneira para forjar uma fé católica, uma sobrevida qualificada até os dias de hoje, ou até quando ocorrer uma Parusia. Desta forma, ao defender uma fé cristã de muitas heresias nos primeiros séculos, havia extrema necessidade de reflexões cristológicas sobre a missionariedade de Maria. À vista disso, na visão de alguns padres da Igreja, nasceu a teologia comparativa entre Eva e Maria, refletidas constantemente no contexto da Salvação do gênero humano. Citando como exemplo Irineu de Lião ao fazer considerações sobre Eva e Maria, ambas como mãe da humanidade, assinala que uma se contrapõe a outra em alguns aspectos e diz: “Encontramos Maria, a Virgem obediente, que diz:“ Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra ”, e, em contraste, Eva, que desobedeceu quando ainda era virgem. Como esta, ainda virgem se bem que casada, no paraíso estavam nus e não se envergonhavam, porque, criados há pouco tempo ainda não pensavam em gerar filhos, sendo necessário, que primeiro, se tornassem adultos antes de se multiplicar, porém, pela sua desobediência se tornou para si e para todo o gênero humano causa de morte, assim Maria, tendo por esposo quem lhe for predestinado e sendo virgem, pela sua obediência se tornado tornado para si e para todo gênero humano causa de salvação ”. A visão teológica de Irineu sobre a salvação e a desobediência humana apresenta- no suma linha de pensamento, na qual recebemos por doação o direito de nova filiação divina e por isso contrasta a desobediência de Eva com a obediência de Maria, enfatizando que por uma reinou a morte e por outra reinou a vida. Desse modo, uma reflexão de Irineu nos coloca diante da bondade de Deus, a qual nos permite escolher: tornar-se os filhos da nova comunidade cristã ou não. Assim sendo, uma maternidade divina de Maria junto a Cruz de Jesus está ligada ao novo nascimento da comunidade eclesial, que nesta ocasião ainda se encontra em gestação. Desta forma, o discípulo junto à Cruz de Jesus, simboliza os novos discípulos, que devem ser fieis numa Igreja, acolhendo sua Santíssima Mãe, como a nova Eva (cf. Catecismo da Igreja Católica, 411).

O que tem a ver o dogma da Virgindade Perpétua de Maria com a eclesialidade moderna, os filhos da Igreja e a vida consagrada nos dias atuais? Á primeira vista, pode parecer irrelevante um assunto como este nos dias de hoje. Mas será que é isto mesmo? Será que a vida de esforço e santidade que levou a Mãe de Jesus, após sua concepção virginal, não vale a pena ser bem analisadas; será que Maria sendo casta no matrimônio não tem nada a oferecer aos cristãos, também na atualidade? Ou será que podemos extrair algumas práticas benéficas desta atitude mariana, para se viver mais pura e santamente a vida consagrada? Ou ainda, será que a partir das verdades de fé, que consagrou oficialmente a não relação esponsal entre Maria e José, não podem ser vistas como caminho alternativo de vida casta para a juventude? Neste sentido, também é preciso considerar que o dogma da Virgindade Perpétua de Maria trouxe inúmeros benefícios para sua própria vida, e um deles é ser considerada por toda a Igreja esposa imaculada do Divino Espírito Santo. Ou seja, em uma ótica de esponsais, Maria foi esposa fidelíssima àquele que a desposou, isto é, o Divino Espírito Santo, autor e consumador das núpcias entre o divino e o sagrado na vida de Maria. Assim, mesmo diante do possível contrato conjugal que José assumiu com Maria, após a sua concepção virginal, Maria não foi desposada por José, pois foi fidelíssima ao Espírito Santo e ao sim dado a Deus.

A definição dogmática sobre a Imaculada Conceição de Maria, esclarece que Maria nasceu sem mancha do pecado original em virtude dos méritos de Jesus Cristo. Pois, foi desta ausência de pecado em sua vida desde a sua concepção, que deu origem ao título de Imaculada, ou seja, sem mácula. Assim, para reforçar e sanar qualquer que sejam os questionamentos sobre o nascimento de Maria e sua pureza desde o ventre materno de sua mãe, o beato Papa Pio IX, definiu solenemente, juntamente com o colégio cardinalício a doutrina sobre a Imaculada Conceição. Assim, escreveu: “A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis”. Naturamente, que em um primeiro olhar sobre qualquer definição dogmática a respeito da vida e o seguimento de vida religiosa, possamos nos assutar com o rigor literário de algumas palavras. No entanto, é preciso compreender que uma definição dogmática sempre se reveste da autoridade da Igreja, mormente na pessoa do Sumo Pontífice. Por certo que a pedagogia e a metodologia na elaboração de um dogma passa pelo viés de defesa a qualquer forma contrária de pensamento doutrinário, que possa colocar em risco uma definição, submetida ao invólucro apostólico dentro de uma contextualização bíblica. Assim sendo, as fórmulas dogmáticas retiradas do contexto de definição, podem ser muito bem remodeladas com uma aplicabilidade de maneira mais simples dentro dos contextos pastorais de cada Igreja local. Desta forma, o privilégio recebido por Maria, coloca em evidência não somente esta graça recebida em sua vida desde o seu nascimento, mas lança-nos em uma perspectiva, na qual, Maria, esforçou-se esmeradamente em permanecer isenta de qualquer pecado, durante toda a sua vida. Com efeito, os cuidados dispensados por Maria como mãe de uma família, colocou-a em posições semelhantes de qualquer mãe de família. Entretanto, sua eleição diante de Deus a fez perseverar no contexto familiar e social de sua época, em se manter com uma vida mais pura e santa. Assim sendo, ter um primeiro olhar para a definição dogmática inspirada e assistida pelo Espírito Santo sobre a Imaculada Conceição, nos leva a outros patamares mais elevados, e não ficar presos naquilo que se propõe apenas como regras dogmáticas.

O Dogma da Assunção de Maria está em plena conexão com os demais dogmas marianos proclamados pela Igreja para incremento da fé do povo de Deus. Assim, na perspectiva cristã, a formação de um dogma pode colaborar um com o outro, em seu aspecto interno de elaboração doutrinal. Por exemplo como vemos no caso da Maternidade Divina de Maria e a Virgindade Perpétua. O fio condutor de cada dogma será sempre o aspecto cristológico que permeia a definição de cada um deles. Desse modo, a Constituição Apostólica Munificentíssimus Deus sobre o dogma da Assunção, traz em seu início uma afirmação teológica enfatizando que: “Deus munificentíssimo, que tudo pode, e cujos planos de providência são cheios de sabedoria e de amor, nos seus imperscrutáveis desígnios, entremeia na vida os povos e dos indivíduos as dores com as alegrias, para que por diversos caminhos e de várias maneiras tudo coopere para o bem dos que o amam (cf. Rm 8,28)”. O Papa Pio XII ao referir-se que Deus tudo pode, abre-nos uma perspectiva de pensamentos infinitos. Porém, é preciso ter sobriedade com todos eles. Assim, um deles, pode ser a feliz memória, a qual o Deus da criação, cria a partir do nada, exclusivamente por amor, inclusive o homem e a mulher (cf. Gn 1). Também no Novo Testamento, quando o Anjo Gabriel é enviado por Deus a Maria, em Nazaré, ao final do diálogo angelical, escuta-se do mensageiro divino que “para Deus nada é impossível” (cf. Lc 1,26-38). Dentro desta ótica, ao ler a proclamação dogmática sobre a Assunção de Maria, não fica difícil compreender que, mediante a fé e, caso torne-se necessário, Deus pode realizar o que ele desejar. Por certo, levando em consideração sua misericórdia como fonte primária; e a felicidade do ser humano como objeto de sua misericórdiaPor este ponto de vista, o dogma da Assunção de Maria pode influênciar positivamente no pensamento cristão e em sua prática pastoral com reflexões bastante relevantes. Pois ao crer que Deus elevou Maria ao céu de corpo e alma, as comunidades eclesiais podem usufluir cada vez mais desses bens espirituais. Haja vista, que é o próprio Jesus que nos exorta, referente a matéria e a prática da fé e diz abertamente que a fé pode remover montanhas (cf. Mt 17,20), obviamente com o devido discernimento. O Papa Pio XII ao referir-se que Deus tudo pode, abre-nos uma perspectiva de pensamentos infinitos. Porém, é preciso ter sobriedade com todos eles. Assim, um deles, pode ser a feliz memória, a qual o Deus da criação, cria a partir do nada, exclusivamente por amor, inclusive o homem e a mulher (cf. Gn 1). Também no Novo Testamento, quando o Anjo Gabriel é enviado por Deus a Maria, em Nazaré, ao final do diálogo angelical, escuta-se do mensageiro divino que “para Deus nada é impossível”(cf. Lc 1,26-38). Dentro desta ótica, ao ler a proclamação dogmática sobre a Assunção de Maria, não fica difícil compreender que, mediante a fé e, caso torne-se necessário, Deus pode realizar o que ele desejar. Por certo, levando em consideração sua misericórdia como fonte primária; e a felicidade do ser humano como objeto de sua misericórdia. Por este ponto de vista, o dogma da Assunção de Maria pode influênciar positivamente no pensamento cristão e em sua prática pastoral com reflexões bastante relevantes. Pois ao crer que Deus elevou Maria ao céu de corpo e alma, as comunidades eclesiais podem usufluir cada vez mais desses bens espirituais. Haja vista, que é o próprio Jesus que nos exorta, referente a matéria e a prática da fé e diz abertamente que a fé pode remover montanhas (cf. Mt 17,20), obviamente com o devido discernimento. Desta forma, a proclamação dogmática sobre a Assunção, pode ser vista na ótica de um caminho a mais para o crescimento e maturidade da fé cristã, cujo conteúdo parece encontrar ecos e íntima harmonia com a doutrina mariana expressada na Marialis Cultus, pelo Papa Paulo VI, sobretudo quando exprime-se dizendo que o conhecimento devido ao culto da Virgem Maria dissipa quaisquer que sejam as dúvidas. Assim, a doutrina onde se lê que Maria foi elevada de corpo e alma ao céu, contruibiu para aprimorar ainda mais e estabelecer novos conceitos para a fé cristã, mostrando que devemos fazer tudo o que o seu Filho nos mandar fazer (cf. Jo 2,5). Após ter realizado breve pesquisa sobre o assunto em referência, a meu ver o estudo com enfoque na área de mariologia jamais deve ser visto fora da perspectiva de colaboração, sobretudo tendo em vista e como referencial teórico a área disciplinar referente a cristologia. Pois caso isto ocorra, cria-se o grande risco de ofuscar a belíssima imagem que Deus criou sob a ótica de contribuição na vida de Maria. Desta forma, alguns cuidados podem serem observados para não tornar Maria objeto de divisão ou discórdia, fazendo obscurecer o aspecto reluzente de cooperadora em sua vida, especialmente no que diz respeito ao diálogo religioso. Por este dado, é importante diagnosticar e ao mesmo tempo refletir com máxima precisão o aspecto de aporte que a mariologia realça em seu estudo.

Por certo, que alguns estudiosos assinalaram que seria bom evitar excessivas devoções com ênfase a piedade popular mariana, com intuito de preservar de modo saudável a missão materna de Maria, Mãe de Deus, relativamente à missão do Messias. Além disso, outro cuidado que pode ser muito bem contemplado, refere-se ao fato de não a eximir totalmente de seu importantíssimo papel como Mãe do Salvador e da nova humanidade. Pois o estudo sobre mariologia, o qual ganhou o seu espaço com certa relevância na história cristã, foi a partir da missão de Maria, como Mãe do Salvador, especialmente no aspecto de sua colaboração e missionariedade. Consequentemente sua importância sinaliza para o fato de estar unida de forma inseparável ao seu filho Jesus Cristo, a partir de seu fiat. Assim, quando alguns estudiosos relacionam Maria e a insere no contexto da história da Salvação, faz dela uma mulher de proporções grandiosas, a tal ponto de ser comparada como a nova Eva, a qual é superada por Maria, especialmente na ordem da obediência e da graça.


Fernando vanini de maria

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