OS SANTOS SACRAMENTOS.



“Os sacramentos são sinais eficazes da graça” , isto é, eles não são ritos vazios, são meios eficazes pelos quais Deus nos transmite a Sua graça. Pense neles como canais que nos conectam diretamente à vida divina. Através deles recebemos a graça de Deus, que nos fortalece para viver de acordo com a Sua vontade, bem como para crescer espiritualmente. 

Jesus Cristo instituiu esses sacramentos e confiou à Igreja a responsabilidade de celebrá-los por meio de rituais visíveis que “significam e realizam as graças próprias de cada sacramento.”   No Batismo, não apenas somos limpos do pecado original, mas também nos tornamos membros do Corpo de Cristo — ou seja, passamos a fazer parte da Igreja. 

Os sacramentos têm um propósito central: a nossa salvação. Sendo assim, servem para instruir e fortalecer os fiéis, bem como levá-los a prestar culto a Deus. Eles também são chamados “sacramentos da fé” porque não apenas exigem fé, mas também a alimentam, a fortalecem e a expressam.

É importante lembrar que se o sacramento é celebrado de acordo com a intenção da Igreja, o poder de Cristo e do Espírito Santo opera através dele: “é o próprio Cristo que opera: é Ele que baptiza, é Ele que age nos sacramentos para comunicar a graça que o sacramento significa. ” . Sendo assim, a sua eficácia não depende da santidade pessoal do ministro que os administra; diferente dos seus frutos, os quais dependem de nossas próprias disposições, ou seja, de quão abertos estamos para receber a graça de Deus.

A natureza dos Sacramentos

Os sacramentos são sinais sensíveis constituídos por palavras e ações que são acessíveis à nossa realidade. Sendo assim, realizam a graça que representam, em virtude da ação de Cristo e pelo poder do Espírito Santo, que é o “sinal invisível” presente no sacramento. 

A parte sensível dos sacramentos é composta por dois elementos distintos: a matéria e a forma. A matéria é a parte tangível, o que vemos e tocamos durante a celebração do sacramento. Ela varia de acordo com cada sacramento, como a água no Batismo ou o pão e o vinho na Eucaristia. Por outro lado, a forma é a frase específica proferida pelo ministro ao realizar o sacramento. É através dessas palavras  específicas de cada sacramento  que a graça é comunicada. 

Já a parte invisível dos sacramentos é a graça sacramental, a ação divina que transforma nossas vidas. É ela que confere significado e eficácia aos ritos visíveis e às palavras pronunciadas. Embora não possamos ver ou tocar a graça, ela é a ação divina que atua em nossa alma, a fim de transformá-la e aproximá-la de Deus. 

Dessa forma, a parte sensível dos sacramentos, ou seja, a matéria e a forma, atua como um elo entre o mundo visível e a graça invisível.

Os sete sacramentos

A Igreja, orientada pelo Espírito  que a guia à verdade completa  reconheceu gradualmente o tesouro dado por Cristo. Assim, ela foi cuidadosamente esclarecendo o modo de administrar os sacramentos, da mesma maneira que fez com as Escrituras Sagradas e os ensinamentos da fé. Ao longo do tempo, a Igreja percebeu que, entre suas celebrações litúrgicas, há sete que são, de fato, sacramentos  instituídos pelo próprio Cristo. 

Batismo: é o princípio da vida nova; ao sermos batizados, nascemos para a vida cristã, somos livres do pecado original e incorporados à Igreja. 

Confirmação: confirma e completa a unção batismal, por isso recebemos o Espírito Santo e somos fortalecidos para testemunhar nossa fé. 

Eucaristia: alimenta o fiel; comungamos o próprio Cristo, Seu Corpo e Sangue, a fim de sermos transformados nele. 

Penitência: perdoa os pecados cometidos depois do Baptismo; ao confessarmos os nossos pecados ao sacerdote, encontramos perdão e reconciliação, renovando nosso relacionamento com Deus. 

Unção dos Enfermos: confere uma graça especial ao cristão que enfrenta as dificuldades ligadas ao estado de doença grave ou de velhice — podemos receber de Deus a cura física ou espiritual. 

Ordem: com este sacramento os homens chamados ao ministério sacerdotal servem, em nome e na pessoa de Cristo-Cabeça, no meio da comunidade. 

Matrimônio: ao se casarem, um homem e uma mulher constituem entre si uma comunidade íntima de vida e de amor; o sacramento destina-se ao bem dos cônjuges, bem como à procriação e educação dos filhos. Podemos perceber semelhanças entre as fases da vida natural e as da vida espiritual, uma vez que os sete sacramentos abarcam todas as partes importantes da vida de um cristão. Eles marcam o nascimento, o crescimento, a cura e a vida de fé. 

Origem

A origem dos sacramentos está enraizada na vida e ministério de Jesus Cristo. Ele instituiu os sacramentos, a fim de proporcionar meios concretos pelos quais a graça divina pudesse ser comunicada a nós. Através da Sagrada Escritura, das tradições apostólicas e do consenso dos santos Padres, a Igreja professa que todos os sacramentos da nova Lei foram instituídos por Jesus Cristo. 

Desde os seus dias de vida oculta até o seu ministério público, as palavras e ações de Jesus já continham um poder salvífico. Elas não apenas antecipavam o seu mistério pascal, mas também preparavam o caminho para a futura oferta à Igreja. A vida de Cristo é o alicerce sobre o qual os sacramentos se erguem. 

Os sacramentos são canais ativos das forças do Espírito Santo, os quais fluem do corpo vivo de Cristo, a Igreja. Dessa forma, são o meio pelo qual a Igreja, por meio dos seus ministros, continua a dispensar as graças de Cristo, incorporando os mistérios da Sua vida em ritos sagrados, a fim de nos salvar  e, mais que isso, santificar-nos.

Os Sacramentos são necessários para a nossa salvação

Os sacramentos são necessários para a nossa salvação , pois são os meios estabelecidos por Cristo para nos ligar à Sua graça e à Sua obra redentora. Através dos sacramentos, recebemos a graça do Espírito Santo, que nos transforma interiormente, perdoa nossos pecados e nos capacita a viver de acordo com a vontade de Deus.

Cada sacramento tem um propósito específico na nossa vida de fé. O Batismo nos purifica do pecado original e nos introduz na Igreja, a Confirmação fortalece a nossa fé e nos concede os dons do Espírito Santo, a  Eucaristia nos alimenta com o corpo e o sangue de Cristo, a fim de nos transformar nele, e assim por diante.

Dessa forma, os sacramentos estão intimamente ligados à Igreja, eles são “da Igreja” porque existem, em primeiro lugar, por meio dela. A Igreja é o local onde a ação redentora de Cristo se desdobra através do Espírito Santo, é o canal vivo por meio do qual os sacramentos fluem.  Além disso, os sacramentos estão “para a Igreja”. Eles desempenham um papel fundamental na sua construção e manutenção, a fim de que ela cresça e se manifeste como uma comunidade de fé. 

Os sacramentos  sobretudo a Eucaristia  revelam e transmitem o profundo mistério da unidade trinitária de Deus, que é amor. Sendo assim, a vida da Igreja  a nossa vida, afinal,  se realiza nos Sacramentos, uma vez que Cristo age através deles, a fim de nos conduzir ao caminho da graça e da vida eterna. 

A nossa vida sacramental é, portanto, uma vida ativa, uma vez que a graça de Cristo atua em nós e exige de nós uma disposição, uma resposta. “O sacramento consiste em “manifestar” aquele mistério num sinal que serve não só para proclamar o mistério, mas também para actuá-lo no homem.” 

Referências

Papa João Paulo II, Audiência Geral, setembro de 1982

CIC, 1113

CIC, 1131

CIC, 1127

CIC, 1128

CIC, 1084

CIC, 1117

CIC, 1275

CIC,  1242

CIC, 1486

CIC, 1527

CIC, 1591

CIC, 1660

CIC, 1210

CIC, 1114

CIC, 1115

CIC, 1129

CIC, 1118

Fernando Vanini de Maria

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