A AÇÃO PASTORAL A PARTIR DA DOUTRINA DA REVELAÇÃO

 


A partir da doutrina da Revelação a ação pastoral entende-se a totalidade da ação da Igreja e dos cristãos, a partir da prática de Jesus, para instaurar o Reino de Deus. A pastoral, portanto, é o serviço salvífico da Igreja, cujo fundamento encontra-se no desígnio universal de salvação de Deus. Em Jesus Cristo, Deus confiou à Igreja a realização desse serviço como continuidade da obra pascal e escatológica de Cristo, por meio do Espírito em Pentecostes, na esperança da realização plena do Reino de Deus na parusia. Essa atuação implica uma interpretação do mundo e da história e, igualmente, uma concepção sobre a adequada ação pastoral diante da realidade. Duas hermenêuticas, portanto, se entrecruzam na pastoral: a eclesial e a social.  O pastoreio, desse modo, relaciona-se sempre com as duas partes envolvidas na história da Salvação: Deus e o ser humano. Por ser responsável diante de Deus e da sua revelação, a pastoral deve ser também um serviço ao ser humano. Ou seja a ação pastoral deve ocupar-se com a reflexão teológica e análise sobre a ação da Igreja, compreendendo a prática das comunidades eclesiais e das pessoas que professam a fé cristã, na perspectiva maior do povo de Deus e da vocação batismal comum a todos os seus membros, a serviço da missão evangelizadora da Igreja.

Nesse contexto, é de extrema importância que se multipliquem iniciativas de qualidade para garantir a todos os fiéis uma formação bíblica intensa, profunda, sistemática e corajosa. Uma formação que não só estimule um contínuo e fascinante contato-comunhão com a palavra de Deus encarnada, Jesus Cristo, mas também dinamize as pessoas para forte e vibrante ação evangelizadora, pelo testemunho de vida, pelo anúncio da boa-nova e por uma ação profética de transformação das pessoas e da sociedade segundo os valores do reino de Deus. 

A ação pastoral deve ter a vivência atuante da fé na práxis , alimentada pela Tradição inteira, feita de palavras , atitudes, símbolos , práticas, afetos e tudo que serve para dar continuidade à encarnação do verbo. (XII ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA DO SINODO DOS BISPOS SOBRE A PALAVRA DE DEUS 5.3).



Fernando Vanini de Maria

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