ECUMENISMO HOJE PARTE IV - A NECESSIDADE DO DIÁLOGO ECUMÊNICO E INTERRELIGIOSO.

 


A Igreja não força a ninguém, não faz proselitismo para a conversão das pessoas, trabalha na questão da evangelização, prega verdade que possui, mas no final, todos são livres para escolher o caminho que desejam seguir. A Igreja promove o diálogo ecumênico e interreligioso não por capricho, mas recebeu do próprio Jesus este mandato quando Ele rezou por seus discípulos e assim por toda a humanidade, “Para que eles sejam um” (Jo 17, 11). O diálogo é algo de fundamental importância para qualquer relacionamento, de forma especial dentro da Igreja. Pesquisar e descobrir mais sobre o ecumenismo faz-nos olhar de forma diferente para as iniciativas ecumênicas e até tentar promover estas tentativas no trabalho pastoral. O objetivo do diálogo ecumênico e interreligioso não é praticar o proselitismo, mas sim entender que a essência da fé é a mesma e que a experiência vivida na fé do filho de Deus pode colaborar  com a propagação da mensagem de esperança nessa sociedade tão tecnológica e plural, porém sofrida. Em um momento em que o Cristianismo é desafiado pelas transformações sociais, tecnológicas e pelo avanço da perseguição religiosa em várias partes do globo, é preciso refletir e seguir o caminho contrário às cisões e à unilateralidade. O Ecumenismo não é um movimento que deseja converter cristãos, mas unir na sua diversidade e prática da igreja cristã no mundo, isso só será possível se atentarmos para a relevância do diálogo ecumênico. Este possui o objetivo de conhecer o outro para que a fé e a essência do Cristianismo sejam conhecidas em todo o mundo, pois o desejo do Senhor Jesus foi que sejamos um: a unidade desejada pelo Senhor Jesus não é a fusão de culturas ou costumes e sim o encontro das tradições diversas, porém portadoras de uma única essência. Não é um encontro de igrejas para tripudiar uma sobre a outra, mas sim a troca de experiências da fé, para, assim, assim conhecer a sua história, a sua caminhada evolutiva na fé e seus valores a partir dessa experiência de diálogo . Compreender o outro é dialogar, conhecer, conviver, superar diferenças e trocar experiências, isso significa que podemos romper as barreiras construídas ao longo dos séculos a partir de disputas e incompreensão, o que levou ao rompimento e ao esfacelamento do corpo místico de Cristo, o qual, desde o início, recomendou que fôssemos um. Não podemos deixar de ressaltar que o Movimento Ecumênico e o dialogo interreligioso não nasceu de uma vontade humana, mas sim de uma ação do Espírito, que, com sua atuação em forma de brisa, foi soprando até se tornar um vento no Concílio Vaticano II, como no dia de Pentecostes.  A prática do diálogo inter-religioso, no contexto atual, ainda soa como um ato subjetivo para uma busca superficial de convivência em um mundo tão globalizado e plural, porém essa necessidade de diálogo precisa ser aprofundada, para que, realmente, possamos desfrutar da paz justa, pois, sem justiça, não há paz. O diálogo não pode ser apenas de vista ou superficial, mas debatido e compreendido. Se não houver compreensão do outro, os conflitos de ideias no campo religioso, político e social levarão inevitavelmente a uma discordância e resultarão em conflitos. Por esse motivo, o diálogo responsável se faz necessário, para que possamos conhecer suas práticas e representações. A busca do diálogo a partir de uma maturidade para construir um mundo de paz com uma pluralidade de religiões, culturas e costumes necessita de tomada de decisão e ação, pois, diante da riqueza das culturas, revelada a partir da quebra de fronteiras pela tecnologia, faz-se necessária uma interação através de atividades para conhecer o desconhecido, pois só assim poderemos construir um mundo plural em um mundo de paz.



Fernando Vanini de Maria

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